Não existe lugar seguro.
Tudo se perde no tempo.
Cadernos escritos se perderam
como as poesias que escrevi no vento.
Os escritos à lápis se desbotam
e se tornam apenas fantasmas.
As fotos de infância desapareceram
como em minha memória gasta.
Alguns laços afetivos se desfizeram,
outros se decompõem aos poucos,
como peças de algodão amarelado
que se desmancham com o passar das décadas...
Tentei modernizar-me,
e digitalizar os escritos e ideias no computador.
Mas os arquivos também se corrompem
e se perdem num espaço cibernético incompreensível.
Nas gavetas, no espaço virtual ou na memória
tudo se perde,
nada resiste ao tempo.
Por isso escrevo para o momento presente.
24 de novembro de 2010.
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