sábado, 12 de junho de 2010

Receio

No último fim de semana estive novamente em minha querida Poços de Caldas/MG visitando a família, e, com a ajuda de meu irmão, conseguimos fazer mais um resgate de uma das poesias de papai, publicada há muitos anos no já extinto "Diário de Poços".
Outro clássico soneto do "Seu" Ary!

Receio

Pousa a cabecinha em meu ombro e sonha
Cisma tranqüila, quietamente e pensa
Que estás perdida na amplitude imensa
Do firmamento, ó minha flor tristonha!

Deixe que a turba lá de fora ponha
Em seu amargo pessimismo adensa
Treva dos males vem assim risonha
Plácida e meiga na ardorosa crença.

Guarde as mãozinhas em minha mão ansiosa
Cerre as pestanas de cetim e rosa
E eu cante o amor e viva na alegria

Triste alegria de te ver presente
E ter no peito esta dor latente
E este receio de perder-te um dia!

Ary Clayton de Oliveira

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